Você já se sentiu cansado ao acordar? Como se não tivesse tido um sono renovador? Ou então com dificuldade em pegar no sono ou até mesmo costuma despertar com facilidade durante a noite e depois não consegue mais dormir? Você pode ter um transtorno do sono!
Conheça-os e descubra como eles podem afetar sua saúde e qualidade de vida.
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono. Problemas como insônia, apneia do sono e síndrome das pernas inquietas são mais comuns do que se imagina e podem ter consequências sérias. Abordaremos os principais transtornos do sono, seus sintomas, impactos e tratamentos.
Como descobrir se estou dormindo menos do que deveria?
Avalie seus sintomas diários, como cansaço constante, sonolência diurna, dificuldade de concentração, mudanças de humor e queda no desempenho. Considere suas necessidades de sono conforme sua idade e estilo de vida, lembrando que a qualidade do sono é tão importante quanto a quantidade.
O que são transtornos do sono?
Ao contrário do que a maioria das pessoas acreditam, nem tudo é insônia. Os transtornos do sono são condições que perturbam o padrão regular do sono, afetando tanto a quantidade quanto a qualidade do descanso.
Eles podem ser causados por diversos fatores, como estresse, hábitos inadequados, condições médicas ou psicológicas. Os transtornos do sono mais comuns incluem insônia, apneia do sono e síndrome das pernas inquietas.
E qual médico trata a Insônia?
Eu, Dr Everaldo Coutinho, como especialista em psiquiatria com experiência no tratamento de condições como a insônia. Meu compromisso é proporcionar um atendimento personalizado e eficaz para cada paciente. Entendo que enfrentar desafios psiquiátricos pode ser uma jornada difícil e, por isso, minha abordagem é focada na empatia, na escuta ativa e na utilização das melhores práticas científicas para promover seu bem-estar.
Principais transtornos do sono
Insônia
A insônia é um dos transtornos do sono mais frequentes. Caracteriza-se pela dificuldade em adormecer ou manter o sono. A insônia é mais prevalente em mulheres, idosos e na população com níveis socioeconômicos mais baixos, além de ser uma comorbidade muito comum de pessoas que já possuem outros transtornos mentais como ansiedade e depressão.
De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), nos casos crônicos, ela costuma ter duração média de 3 anos e pode estar presente entre 56% a 74% dos pacientes no decorrer do ano. Sintomas comuns incluem:
-
- Dificuldade para iniciar o sono;
-
- Dificuldade para manter o sono;
-
- Despertar antes do horário habitual com incapacidade de retornar ao sono;
-
- Despertares frequentes durante a noite;
-
- Sensação de cansaço ao despertar.
Quais as consequências da insônia?
-
- Fadiga;
-
- Déficit de atenção, concentração ou memória;
-
- Prejuízo do funcionamento social, familiar, ocupacional ou acadêmico;
-
- Alteração do humor/irritabilidade;
-
- Sonolência diurna;
-
- Alterações comportamentais (ex. hiperatividade, impulsividade, agressividade);
-
- Perda de motivação;
-
- Propensão para acidentes e erros;
-
- Preocupação ou insatisfação com o sono.
O que causa insônia?
A insônia ocorre devido interação de diversos fatores fisiológicos, psicológicos e ambientais. E pode variar de acordo com cada pessoa. As principais formas são:
Regulação do sono e vigília
A insônia muitas vezes está associada a uma desregulação nos sistemas que controlam o ciclo sono-vigília, como anormalidades na produção de melatonina, o hormônio que atua na regulação do sono, no ritmo circadiano, ou seja, o relógio biológico que regula o ciclo sono-vigília, e na sensibilidade aos estímulos que promovem ou inibem o sono.
Ativação do sistema nervoso central
Pessoas com insônia podem apresentar uma hiperativação do sistema nervoso central durante a noite, o que dificulta o início e a manutenção do sono. Geralmente, podemos encontrar um aumento na atividade de neurotransmissores excitatórios, como a noradrenalina e o glutamato, e a uma redução na atividade dos neurotransmissores inibitórios, principalmente o GABA.
Estresse
A insônia pode estar associada ao estresse. Esses estados podem levar a uma ativação prolongada do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), resultando em uma maior produção de cortisol e outros hormônios do estresse, que podem interferir no sono.
Condições médicas e psiquiátricas
Condições médicas, como ansiedade, depressão, transtorno bipolar, dor crônica, doenças respiratórias e distúrbios gastrointestinais podem contribuir para a insônia.
Fatores comportamentais e ambientais
Hábitos inadequados de sono, como horários irregulares de dormir e acordar, uso excessivo de telas e dispositivos eletrônicos antes de dormir, consumo de cafeína e álcool podem piorar a insônia.
Como tratar a insônia?
O tratamento da insônia constitui de tratamento farmacológico e não farmacológico. O tratamento não farmacológico constitui na mudança de hábitos de vida, como evitar telas próxima ao horário de dormir, evitar comidas pesadas à noite, evitar cafeína, álcool e tabaco, usar práticas para acalmar, como meditação, leitura, banho quente, chás e ervas naturais que auxiliam no processo de relaxamento e terapia cognitivo-comportamental para insônia.
O tratamento farmacológico envolve o uso de diferentes classes de medicamentos para promover o sono, dependendo da gravidade e da causa da insônia.
Apneia do Sono
A apneia do sono é uma condição grave onde a respiração é interrompida repetidamente durante o sono. Apneia obstrutiva do sono, é o tipo mais comum de apneia do sono, ela ocorre quando as vias respiratórias ficam temporariamente obstruídas durante o sono devido ao relaxamento dos músculos da garganta e língua.
A Apneia central do sono é menos comum e ocorre quando o cérebro não envia sinais adequados aos músculos respiratórios para controlar a respiração durante o sono. Não há obstrução física das vias aéreas, mas ainda ocorrem pausas na respiração.
Quais os sinais e sintomas a apneia do sono?
-
- Ronco alto;
-
- Pausas na respiração;
-
- Despertar abruptamente com falta de ar;
-
- Sonolência diurna excessiva
-
- Cansaço
-
- Dificuldade de concentração
-
- Irritabilidade
-
- Dores de cabeça pela manhã.
-
- Problemas cardíacos e pressão alta.
As principais causas ou fatores de risco para apneia do sono incluem obesidade, idade avançada, anatomia das vias aéreas superiores (queixo pequeno, uma mandíbula recuada ou amígdalas aumentadas), histórico familiar, uso de álcool e sedativos, hipertensão arterial e diabetes.
O diagnóstico da apneia do sono é realizado por meio de exame conhecido como polissonografia, que registra a atividade cerebral, movimentos oculares, esforço respiratório, oxigenação sanguínea e roncos.
Síndrome das pernas inquietas
Também conhecidacomo movimento periódico dos membros, a Síndrome das Pernas Inquietas causa um desconforto nas pernas e uma necessidade irresistível de movê-las para aliviar essas sensações. Sintomas incluem:
-
- Sensação de formigamento nas pernas;
-
- Alívio temporário com o movimento;
-
- Dificuldade para adormecer;
As causas exatas da Síndrome das Pernas Inquietas não são completamente compreendidas, mas há evidências de contribuições genéticas em alguns casos. Além disso, essa síndrome pode estar associada a condições médicas, como deficiência de ferro, insuficiência renal, diabetes, neuropatia periférica e gravidez.
O tratamento pode envolver medidas não farmacológicas, como ajustes no estilo de vida e na higiene do sono, tratamento de condições médicas existentes. Em casos mais graves, podem ser prescritos medicamentos para ajudar a reduzir os sintomas, como agonistas dopaminérgicos (pramipexol e ropinirol) e benzodiazepínicos.
Quais os impacto dos transtornos do sono na saúde?
Os transtornos do sono podem ter um impacto significativo na saúde física e mental. Eles podem levar a:
-
- Problemas cardíacos: Aumento do risco de hipertensão e doenças cardíacas;
-
- Diabetes: Alterações no metabolismo da glicose;
-
- Depressão e ansiedade: Agravamento dos sintomas de saúde mental;
-
- Diminuição da produtividade: Redução da capacidade de concentração e desempenho no trabalho ou estudos.
Como é feito o diagnóstico da insônia e dos transtornos de sono?
O diagnóstico de transtornos do sono é um processo detalhado que envolve a coleta de informações abrangentes sobre os sintomas, hábitos e histórico médico do paciente, diários do sono e a realização de exames específicos para identificar a causa do problema.
No caso da apneia do sono pode incluir medidas não invasivas, como mudanças no estilo de vida como perda de peso, evitar álcool antes de dormir, dormir de lado, uso de dispositivos de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) que mantêm as vias aéreas abertas durante o sono e procedimentos cirúrgicos para corrigir obstruções anatômicas.
Os transtornos do sono são condições sérias que podem afetar todos os aspectos da vida de uma pessoa. Reconhecer os sintomas e buscar ajuda especializada é fundamental para recuperar a qualidade do sono e melhorar a saúde geral. Se você está enfrentando problemas de sono, não hesite em buscar ajuda. Conheça os transtornos do sono e tome o primeiro passo para noites melhores e dias mais produtivos.
Agende sua consulta agora e comece a transformar a qualidade do seu sono.