O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico complexo que afeta que afeta crianças e adultos. Ele se caracteriza pela dificuldade em manter a atenção, hiperatividade e impulsividade.
Pessoas com TDAH podem ter dificuldade em focar em uma tarefa, seguir instruções, organização pessoal e planejamento. Este transtorno varia em severidade e pode afetar indivíduos de maneiras diferentes.
O TDAH é uma das condições psiquiátricas mais comuns na infância, com uma prevalência global estimada em cerca de 5% das crianças em idade escolar. A condição é mais comum em meninos do que em meninas, com uma proporção de cerca de 3:1.
É comum que as crianças superem os sintomas do TDAH à medida que envelhecem, mas aproximadamente 60% dos indivíduos continuarão a apresentar sintomas na adolescência e na idade adulta.
Como ocorre o TDAH?
A origem do TDAH é multifatorial e ainda não está completamente compreendida. No entanto, estudos sugerem que disfunções em sistemas neurotransmissores, especialmente dopamina e noradrenalina, desempenham um papel fundamental para o desenvolvimento do transtorno.
Além disso, alterações em algumas estruturas e funções de partes do cérebro, como no córtex pré-frontal e no córtex cingulado anterior, têm sido associadas ao TDAH.
A hereditariedade desempenha um papel significativo, com estudos demonstrando uma alta concordância entre gêmeos. Além disso, fatores ambientais, como exposição pré-natal a substâncias tóxicas, prematuridade, baixo peso ao nascer e trauma cerebral, também podem aumentar o risco de desenvolvimento do TDAH.
Qual a diferença do TDAH em meninos e meninas?
O TDAH pode se manifestar de maneira diferente entre meninos e meninas, principalmente em relação aos sintomas observados e à forma como o transtorno é diagnosticado.
Meninos tendem a exibir mais sintomas externos, como:
- Hiperatividade
- Impulsividade
- Comportamento opositor
- Agitação física
- Dificuldade em seguir regras
- Interrompem conversas
- Dificuldade em manter amigos devido a impulsividade.
Meninas geralmente apresentam sintomas mais internos:
- Inquietação mental
- Desatenção
- Dificuldade de organização
- Baixa autoestima
- Retraimento social
Os meninos tendem a ser diagnosticados mais cedo, geralmente durante a infância, devido aos sintomas mais visíveis e comportamentais, enquanto as meninas podem ser diagnosticadas mais tarde, já na adolescência ou na idade adulta, devido a sintomas menos óbvios e menos frequentemente associados ao estereótipo do TDAH.
E qual médico trata o TDAH?
Eu, Dr Everaldo Coutinho, como especialista em psiquiatria com experiência no tratamento de condições como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Meu compromisso é proporcionar um atendimento personalizado e eficaz para cada paciente. Entendo que enfrentar desafios psiquiátricos pode ser uma jornada difícil e, por isso, minha abordagem é focada na empatia, na escuta ativa e na utilização das melhores práticas científicas para promover seu bem-estar.
Como é feito o diagnóstico do TDAH?
O diagnóstico envolve uma avaliação realizada por profissionais como psiquiatras, neurologistas ou pediatras.
O processo de diagnóstico inclui a entrevista clínica, que busca o histórico médico, desenvolvimento, comportamento e sintomas atuais.
Questionários e escalas que serão preenchidos por pais e professores, e ajudam a quantificar e qualificar os sintomas.
Além disso, é necessário avaliar o desempenho escolar para identificar padrões de desatenção, hiperatividade ou impulsividade.
Bem como descartar outras condições médicas ou psiquiátricas que possam contribuir para os sintomas apresentados, como transtornos de aprendizagem, ansiedade, depressão ou problemas sensoriais.
O diagnóstico em adultos geralmente envolve uma avaliação clínica detalhada, que considera o histórico de sintomas desde a infância.
Como funciona o TDAH no adulto?
O TDAH pode persistir na vida adulta para muitas pessoas que foram diagnosticadas na infância. A manifestação do TDAH em adultos pode ser um diferente quando comparado a crianças, devido ao desenvolvimento e à adaptação ao longo do tempo.
Adultos com TDAH podem ter dificuldade em manter o foco em tarefas longas ou monótonas. Podem ser facilmente distraídos por estímulos externos. Têm dificuldade em organizar atividades e gerenciar o tempo de forma eficaz.
A hiperatividade pode se manifestar de forma mais interna, como uma sensação de inquietação mental. A impulsividade pode resultar em decisões precipitadas ou interrupções frequentes durante conversas.
No dia a dia, é comum apresentarem dificuldades no trabalho, como procrastinação, dificuldade em cumprir prazos e problemas de organização.
Podem ter dificuldades nos relacionamentos interpessoais devido a comportamentos impulsivos ou dificuldades de comunicação. Além disso, é comum terem histórico de dificuldades acadêmicas na escola ou universidade.
Adultos com TDAH têm maior probabilidade de apresentar comorbidades, como ansiedade, depressão, e transtornos de abuso de substâncias.
Esses pacientes podem enfrentar estigma e dificuldades para serem diagnosticados, já que os sintomas podem ser atribuídos erroneamente a problemas de personalidade ou falta de habilidades.
O suporte social e profissional adequado são essenciais para ajudar os adultos com TDAH a gerenciar seus sintomas e melhorar seu funcionamento diário.
Qual o tratamento para TDAH?
O tratamento do TDAH pode conter diferentes abordagens e sempre precisa ser individualizado. Frequentemente, envolve combinação de intervenções farmacológicas e não farmacológicas.
Terapia cognitivo-comportamental, treinamento de habilidades sociais e manejo do estresse, são úteis para melhorar os sintomas e a funcionalidade do paciente. Geralmente, meninas respondem melhor a tratamentos não farmacológicos e abordagens psicossociais que os meninos
Os medicamentos estimulantes, como metilfenidato e anfetaminas, são frequentemente prescritos pois ajustam os níveis dos neurotransmissores no cérebro que afetam a atenção e o comportamento, ajudando a melhorar a concentração, reduzir a impulsividade e controlar a hiperatividade em muitas pessoas com TDAH.
Existem também medicamentos não estimulantes que podem ser prescritos em casos em que os estimulantes não são eficazes ou bem tolerados, como inibidores seletivos da recaptação de norepinefrina e os alfa-agonistas.
Embora muitos indivíduos com TDAH apresentem melhora significativa dos sintomas ao longo do tempo, alguns podem continuar a enfrentar desafios em áreas como relacionamentos interpessoais, desempenho acadêmico e ocupacional.
TDAH tem cura?
O prognóstico do TDAH varia entre os indivíduos e está associado a diversos fatores, incluindo a gravidade dos sintomas, presença de comorbidades, adesão ao tratamento e suporte familiar.
O TDAH é uma condição neuropsiquiátrica com implicações significativas para indivíduos afetados, suas famílias e a sociedade como um todo. É essencial a detecção precoce, o manejo clínico para reduzir o impacto na vida diária daqueles que vivem com TDAH.